Tem coisa melhor do que um pão quentinho ao acordar? Imagine sentir o sabor da casquinha crocante, o interior macio e aerado, acompanhado de uma generosa porção de manteiga. Não é à toa que ele compõe o café da manhã preferido de muita gente ao redor do mundo.
Se você já tentou fazer pão em casa, deve ter notado que preparar uma massa no ponto perfeito não é algo tão simples, já que depende de uma série de fatores, incluindo os tipos de farinha.
No Brasil, não existe uma padronização sobre as informações que precisam estar na embalagem das farinhas. Por isso, é comum comprarmos o ingrediente sem saber ao certo suas características. Ainda assim, existem alguns pontos que merecem nossa atenção, pois influenciam diretamente o resultado das receitas.
Pensando nisso, reunimos neste artigo informações importantes para você entender qual é a melhor farinha para fazer pão. Se deseja profissionalizar ainda mais sua produção, continue a leitura!
O que você vai encontrar neste artigo:
Farinha forte, farinha fraca e índice W: o que são?
Se você já estudou minimamente sobre panificação, já deve ter ouvido as expressões “farinha fraca” ou “farinha forte”, certo? Esse conceito está diretamente relacionado com a quantidade de proteína (glutenina e gliadina) presente na farinha. Juntas, elas reagem e formam o conhecido glúten, responsável pela maciez e elasticidade das massas.
Já o índice W mede a capacidade de panificação. Ele é usado para classificar a força de uma farinha. Em resumo, quanto maior for o índice W, maior é a força da farinha, ou seja, maior a quantidade de glúten contida nela. Isso significa que ela absorverá mais água e a massa crescerá de forma mais lenta.
Por outro lado, as farinhas fracas têm menor índice W e apresentam menos glúten. Como consequência, menos água será absorvida e a massa crescerá mais rapidamente. É por isso que para pães artesanais, de longa fermentação, as farinhas fortes são as mais recomendadas.
Mas você pode estar se perguntando como identificar a força, ou o índice W, dos tipos de farinha do mercado. Infelizmente, só é possível verificar a informação nas embalagens de farinhas importadas, já que a indústria brasileira ainda não regulamentou esses dados. Por mais que os pacotes tragam a porcentagem de proteína contida no produto, esse índice não tem, necessariamente, relação com a força do glúten.
No entanto, as farinhas de trigo nacionais são divididas entre tipo 1, tipo 2 e integral — isso já nos ajuda a ter um direcionamento. Todas aquelas classificadas como tipo 1 precisam ter no mínimo 7,5% de proteína. Ela é a ideal para fabricar pães. Separamos o vídeo abaixo que fala um pouco mais sobre a porcentagem de proteína ideal para cada preparo. Assista!
https://www.youtube.com/watch?v=j35-8QwOBLM
Quais são as alternativas disponíveis no mercado?
Agora que você entendeu um pouco melhor sobre as classificações dos tipos de farinha, está na hora de conhecer as opções do mercado. Vamos lá?
1. Farinha de trigo branca
Um dos tipos de farinha mais populares é a de trigo branca. Ela é obtida a partir da moagem de apenas uma das três partes do grão de trigo. Nela é aproveitada apenas o endosperma, que é a camada intermediária rica em proteínas. Consequentemente, apresenta mais glúten e deixa os pães mais macios, além de ter um sabor neutro que é fácil de combinar.
Por essa razão, a farinha de trigo branca é uma das preferidas para preparar pão. Mas para as pessoas mais preocupadas com o valor nutricional do ingrediente, essa pode não ser a melhor opção. Basicamente, a farinha branca é composta por carboidratos simples, já que em seu processo de refinamento são retiradas as partes do grão que contêm fibras, vitaminas e nutrientes.
2. Farinha de trigo integral
Para quem preza pelo consumo de alimentos mais ricos, a de trigo integral pode ser a melhor farinha para fazer pão. Ela é obtida a partir da moagem de todas as partes do grão, que incluem:
- farelo — parte externa, rica em fibras;
- endosperma — camada intermediária, rica em proteínas;
- gérmen — parte externa, rica em vitaminas e gorduras.
Dessa forma, nenhum dos nutrientes se perdem no processo de refinamento, resultando em um tipo de farinha cheia de nutrientes, como fibras e vitaminas. Em comparação com a do tipo branca, ela é um pouco menos leve. Mas quanto às calorias, as duas são bastante similares. Ambas rendem pães macios e saborosos.
3. Farinha de arroz
Essa é uma das melhores opções para quem tem intolerância a glúten, por exemplo. A de arroz é um dos tipos de farinha que melhor substituem a farinha de trigo branca e seus derivados. Além de ser facilmente encontrada, tem um preço acessível e um sabor neutro, o que é um facilitador na hora de criar receitas de pães doces ou salgados.
Ela apresenta ótimos benefícios nutricionais: tem muitos minerais, vitaminas e baixo índice glicêmico. Assim como a de trigo, a farinha de arroz está disponível nas versões branca e integral, que são ótimas opções para fazer pão.
4. Farinha de centeio
O centeio é um grão clássico para panificação. Por muitos, é considerada a melhor farinha para fazer pão por conta do seu sabor único e da sua riqueza de nutrientes. A farinha de centeio tem bem menos glúten que a de trigo, facilitando a digestão. Para usar o ingrediente, o ideal é optar pela fermentação natural na hora de produzir o pão. Assim, é possível evitar que a massa murche.
Além de ter menos açúcares e calorias do que os de trigo, os pães fabricados com centeio podem trazer diversos benefícios, como estabilizar o colesterol, evitar doenças cardiovasculares e diabetes, além de serem ricos em fibras.
Como vimos, existem diversos tipos de farinha que podem ser utilizados na produção de pães. Na hora de escolher, é importante atentar para a quantidade de proteína de cada uma e avaliar seu valor nutricional. A melhor farinha para fazer pão varia de pessoa para pessoa, conforme o gosto e a necessidade. Você pode testar as alternativas e dar preferência àquelas que agradam seus clientes.
Já conhecia os tipos de farinha para pães e suas particularidades? Se você se interessou por esse tema, também vai gostar de ler nosso guia completo sobre produção de pão caseiro. Confira!