A artesã Nanda Sellan é uma dessas pessoas que nos conquistam à primeira vista. Ela é uma mulher espevitada, engraçada, desbocada e sua gargalhada é contagiante. Mas, como um sapatinho para bebê ajudou a Nanda a conquistar seu lugar ao sol no mundo do artesanato? O Tricotando descobriu a receita. E, claro, vamos contar todos os detalhes para você nessa entrevista deliciosa!
Pra começar — e acalmar a nossa curiosidade, a gente adianta os três ingredientes que a Nanda misturou para ter sucesso como artesã: coragem, muito trabalho e peças lindas!

Em 2010, a Nanda deixou a vida empresarial para dar asas a sua paixão, fundando o “Ateliê da Nanda”, uma loja on-line de produtos feitos em tecido. Depois de dois anos de muitas costuras e criações, uma amiga a apresentou ao mundo dos pequenos. Nanda fez seu primeiro sapatinho para bebê. E não parou mais!
Quase ninguém fazia sapatinho para bebê em tecido quando eu comecei. Descobri um nicho de mercado e minhas vendas cresceram muito
Nanda, que é publicitária de formação, já fez de tudo um pouco. Trabalhou como recepcionista, em telemarketing e até como animadora de festa infantil (com direito à fantasia de bichinho e tudo!). O artesanato, sua verdadeira paixão, caminhava em paralelo.
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O mais legal é que Nanda soube aproveitar cada conhecimento que acumulou nessas experiências extremamente diferentes, e aplica tudinho agora, em sua vivência como artesã. E ainda divide três dicas incríveis para fotografar melhor seus produtos. A Nanda garante: “ter fotos bonitas significa vender mais”.
Bora tricotar com a Nanda?
O que você vai encontrar neste artigo:
Entrevista com Nanda Sellan
Como fez a transição de publicitária para artesã?
O artesanato sempre esteve presente na minha vida. Comecei com pintura em madeira e pintura em pano de prato. Depois, fiz biscuit por dez anos. Eu fazia topo de bolo, noivinhos, ímã de geladeira, chaveirinho, lembrancinha. Eu vendia para os amigos e conhecidos e aceitava encomendas. Em paralelo, tive outros empregos. A transição mesmo, do mundo empresarial para o mundo do artesanato, foi em 2010. Eu trabalhava na área comercial do SBT, entrei como estagiária e fui efetivada como analista de marketing. Eu tinha uma chefe difícil, que não me deixava ser feliz no trabalho. Tirei férias e montei uma lojinha no Elo 7, para sentir como estava o mercado. Eu vendia bolsas, carteiras, enfim, tudo em tecido, nessa época eu já não fazia mais biscuit. Vendi R$ 500 só nesse mês. Conversei com o meu marido, falei que queria pedir demissão, mas ele me pediu para aguentar até o final daquele ano (estávamos no meio do ano). Fizemos as contas e nos planejamos. Quando voltei de férias, minha chefe decidiu me trocar de área. Preferi ser demitida.
Ouvi meu sexto sentido, era naquela hora ou nunca!
Saí do emprego (meu marido não acreditou, mas me apoiou muito), e passei a me dedicar exaustivamente ao artesanato.

Como a costura surgiu na sua vida?
Bom, a costura tinha surgido na minha vida quando comprei meu apartamento e decidi que eu mesma queria fazer algumas peças para a minha casa.
Eu não sabia costurar, mas fui aprender
Fiz um curso com a Marcia Satiko, que até hoje é minha professora, e não parei mais. A primeira peça que produzi para a minha casa, foi um jogo americano, para a mesa. Tenho até hoje e uso no meu dia a dia! Eu tinha comprado uns rolinhos de tecido, com amarelo, laranja, xadrez e levei pra Marcia ver. Fizemos uma combinação linda e ainda sobrou muito tecido! Nesse jogo americano, eu utilizei a técnica do nine patch, são supercoloridos, tem manta no meio, um quilt reto, que ficou bem malfeito, um viés bem mal colocadinho, com bastante coisinha torta. Mas tenho um carinho especial.

E a mudança de rotina, como se organizou?
Logo que saí do SBT, eu formalizei o meu negócio e me tornei MEI. Isso foi um marco importante, pois poderia passar nota fiscal, ter CNPJ, comprar material por atacado, faturar a compra e ainda dividir o valor. Eu tinha essas e outras vantagens, além de, claro, ser legalizada.
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Sobre a rotina, eu encarava como se estivesse trabalhando em uma empresa, ainda que o ateliê fosse dentro do meu quarto. Eu trabalhava 8 horas por dia ou mais. Eu me planejava para acordar cedo, nada de acordar depois do meio dia! Começava dobrando os tecidos, cortando, enfim, organizando o trabalho de cada dia e as peças que iria produzir de acordo com as encomendas.
Outra parte importante dessa mudança foi encarar o artesanato como negócio mesmo
Ou seja, eu comprava material somente à vista, separava uma parte do que eu vendia e reinvestia no ateliê. Isso foi fundamental para o desenvolvimento do Ateliê da Nanda. Investia em cursos, em capacitação. A gente sempre pode aprender e ensinar! É isso que as artesãs têm que perceber, que tudo é um investimento no seu negócio: um curso, ter um tempo para pesquisar, investir em um material bacana.
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Teve o apoio dos seus pais e do seu marido? Como foi essa questão?
As pessoas não entendem muito bem essa mudança. Como assim deixar o emprego para fazer artesanato? Meus pais falavam: ‘mas você vai procurar um emprego, né?’, ‘você vai trabalhar fora de novo, certo?’, mas eu não tinha mais essa vontade. Meu marido foi o único que me apoiou de verdade. Ele foi muito importante para que eu pudesse tomar essa decisão e bancar essa escolha. Ele foi meu apoio!
Como se deu a grande virada do Ateliê da Nanda?
Em 2010, eu abri o Ateliê da Nanda no Elo 7. Um ano depois, eu já havia alcançado uma média de venda na loja virtual entre R$ 2 mil e R$ 4 mil por mês. Eu contava com a ajuda de boca a boca para divulgar, na época não usávamos Facebook por aqui! As vendas foram aumentando e estava bem legal. Depois de uns dois anos, senti a necessidade de focar as vendas da minha loja. Até então, eu vendia de tudo, atendia a diversos públicos.

Foi quando criou o sapatinho para bebê?
Sim. Uma amiga, a Cris Rufino, que também é autora da eduK, me mostrou o sapatinho para bebê, feito em tecido. Fui atrás de um molde.
O primeiro sapatinho para bebê que fiz, ficou horroroso! (risos). Mas isso não me desanimou!
Continuei costurando sapatinho para bebê e coloquei para vender por encomenda. As vendas estouraram com o sapatinho para bebê em tecido. Mal conseguia atender, de tanta demanda! Mesmo quando subi o valor do sapatinho para bebê de R$ 35 para R$ 50, continuei vendendo muito. Vendia de 60 a 70 pares de sapatinho para bebê por mês.

E aí, decidiu passar do mundo virtual para o mundo real…
Pois é, aí surgiu a chance de participar de um bazar. Aliás, vale a pena investir para participar de bazares. No primeiro que participei, o Bazar Ógente, levei 30 pares de sapatinho para bebê e vendi tudo. Paguei R$ 300 o dia e vendi R$ 500. Calculei que fiquei elas por elas, mas foi muito interessante para conhecer o lugar, ver quem era o público que frequentava, se pechinchavam, se queriam parcelar, se pegavam meu cartão, se faziam encomendas. Gostei muito. Meu produto também chamava bastante a atenção, pois o sapatinho para bebê em tecido eram uma novidade no mercado. Vieram os próximos bazares, fui me preparando e a cada bazar vendo mais. Já cheguei a vender R$ 3 mil em dois dias de bazar! Claro, é preciso se preparar com antecedência, deixar tudo pronto. É um período de muito trabalho. Já cheguei a trabalhar 16 horas por dia para ter tudo pronto para o bazar. É um trabalho pesado, intenso, de mão na massa por ao menos 10 dias seguidos. Hoje tenho uma pessoa que me ajuda nessa produção, a Gi. Isso sem contar o tempo de processo criativo, de pesquisa de modelos, materiais. Eu sempre penso, ‘o que posso fazer de diferente?’ e acabei até criando, montando mesmo meu próprio estande para os bazares. É todo um investimento, financeiro e emocional.
Falando nisso, como é o seu processo criativo?
Eu separo um período da minha semana, cerca de três horas, só para me dedicar à pesquisa. Faço teste de novos modelos, procuro tendências, vejo novos materiais, busco inspiração. Essa é uma parte fundamental do trabalho de uma artesã!
E como a Nanda publicitária ajuda a Nanda artesã?
A publicidade me mostra muitas coisas que as artesãs não vêem. Eu vejo tudo o que faço para o ateliê como um investimento. Seja um investimento em tecido, em um curso, em uma revista. Essas coisas são investimentos, vão voltar para mim. Muita gente não entende isso. A publicidade me mostra que, se eu não falo com minhas clientes, as pessoas não vão saber quem eu sou. Invisto grana para impulsionar as postagens no Facebook. Invisto em capacitação, quero sempre aprender algo diferente. E ainda tem a parte da Nanda fotógrafa. A fotografia também é uma paixão. E sei que as fotos são fundamentais para a venda do produto. Tem que ter boas fotos! Isso faz uma diferença absurda na divulgação dos produtos. Ter fotos bonitas significa vender mais.
Então divide com a gente três dicas para fazer fotos mais bonitas dos produtos e vender mais na internet?
- Fotografar durante o dia. Aproveite a luz indireta, perto de uma janela ou fotografe ao ar livre, na sombra.
- Use sempre fundos claros para dar destaque a seus produtos
- As pecas precisam estar lindas e impecáveis. Por exemplo, vai fotografar uma carteira? Passe com o ferro, deixe o produto bonito, faça uma composição, coloque o dinheiro dentro, enfim, mostre o uso do produto na foto, como se estivesse sendo utilizado.
Qual o segredo para ter sucesso de vendas no artesanato?
Acredito muito no boca a boca e também na divulgação via Facebook. Converse com as clientes, faça postagens com conteúdo relacionado a seu produto. Por exemplo, eu vendo sapatinho para bebê, posso procurar uma reportagem sobre maternidade e postar no meu Facebook, pois sei que minha clientela se interessa por esse assunto. Também atendo meus clientes como eu gostaria de ser atendida. Sou acessível e estou sempre disposta a ajudar um cliente. Se a pessoa me faz um pedido com um prazo que não conseguirei cumprir, já respondo sugerindo soluções e uma lista com o que eu conseguiria entregar dentro do prazo solicitado. Se existe algum problema da minha parte, também sei pedir desculpas. Sou muito honesta. Aliás, no curso Sapatinhos de luxo: conquistando um novo público, vou ensinar a como lidar com clientes difíceis e resolver situações complicadas.

E o Ateliê da Nanda hoje?
Hoje, o Ateliê da Nanda vive das vendas de lembrancinhas, kit maternidade, sapatinho para bebê em tecido. A venda de produtos personalizados pela internet ou por encomenda, não consigo mais fazer. Sigo também participando dos bazares. Considero o Ateliê da Nanda antes e depois da eduK. Deixei de fazer algo que eu amava, que eram as encomendas de sapatinho para bebê, mas ganhei uma nova paixão, que é ensinar.
Eu adoro ensinar e me emociona receber relatos das alunas que me contam que saíram da depressão ou que sustentam a casa fazendo sapatinho para bebê. Ouvir que eu mudei a vida dessas pessoas, é muito gratificante!
Os sapatinhos de bebê são uma ótima oportunidade para quem está começando.Além de ensinar a fazer os sapatinhos, a Nanda também ensina, nesse passo a passo em vídeo, como fazer um enfeite para sapatinho de bebê lindo e fofo. Ela também ensina a fazer um babador de super-herói que é um charme! E, claro, tem molde grátis para você baixar. Veja todos os PAPs do blog!
Gostou da entrevista com a Nanda? Com um pouquinho de coragem, bastante trabalho e um produto diferente, viver de artesanato é possível!
Quer aprender a fazer sapatinho para bebê e outros acessórios para os pequenos? Veja cursos relacionados:
E qual a sua história com o artesanato? Divide com a gente aqui nos comentários!
Que trabalho lindo, adorei!
Muito lindo o seu trabalho, parabéns!
Lindo o seu trabalho! Muito fofo e caprichado!
Assinei Eduk.Não consigo acessar aulas e moldes.
Assinei Eduk, mas não consigo acessar os moldes eaulas.
Hoje me senti realizada, fiz o sapatinho que Nanda Sellan ensinou na Eduk . Ficou lindo e certinho. Muito obrigada por este ensinamento, a Eduk e a Nanda.
Lindo seu trabalho. Gostaria de aprender meu imail inaxande@ hotmail.com. se puder avisar quando vai começar agradeço
Amei a entrevista da Nanda, ela é inspiradora! Amo seu jeito simples e prático de ensinar e me espelho muito em você. A Eduk me anima sempre a continuar com o meu ateliê mas assistir os seus cursos realmente me emociona. Parabéns pela sua garra!
Oi Nanda!!!Achei maravilhosa sua entrevista…mas como devo fazer para começar nesse ramo.Quais dicas de inicio imediato.Bjs
Não encontrei o molde da botinha confeccionada no Epsódio 2. Onde encontrar. Agradeço.
amei
Olá1 Nanda. Sou Ivaneide Rocha e participei de um curso com voce pela Eduk de apenas 2 dias, esqueci e só peguei o segundo dia mais valeu apena. Os 5 primeiros pares sairam um horror mais agora já melhorei bastante e já comecei a vender, amei fazer sapatinhos.Que o Senhor Jesus te abençõe.
Olá, hoje que tive tempo para começar a ler as entrevistas hehe, estou em um impasse na minha vida, sou funcionária pública e tento conciliar isso com meu mini-ateliê e as atividades dele, sinto-me presa ao meu trabalho devido a incerteza de sucesso com o artesanato embora a EDUK venha a me inspirar diariamente pois como assinante eu vejo a noite variados cursos, ainda não sei que rumo tomar mas espero logo descobrir o meu caminho. Obrigada a EDUK pelos cursos maravilhosos e seus professores experientes!
Eu amo fazer sapatinhos, e amo a Nanda, mais o mocassim … kkkk
tem até o melô do mocassim: “sonhar, nunca desistir, ter fé, pois fácil não é nem vai ser”.
Então tem que ter fé que ele vai sair, e quando sai…..sucesso total de vendas.
Eu sou Técnica de Edificações e estou fora do mercado há 2 anos e meio, depois que meu filho teve dificuldades de aprendizado na escola, tive que dar um tempo e me dedicar mais a ele, e o artesanato eu sempre amei, e hoje ele me salva, costumo dizer: “ainda bem que eu sei costurar”.
Hoje eu participo de uma feira de artesanato em Vitória ES minha cidade, e funciona todo final de semana num ponto turístico da cidade, conclusão: NÃO VIVO SEM A NANDA, NÃO VIVO SEM A EDUK.
Ótima reportagem!
Coragem, Criatividade e empenho… Faz o Sucesso!
Retorno garantido e gratificante! Tambem me emociono muito com as aulas da Eduk! Alias, viciei desde a Eduk apareceu na minha vida e nao tem um dia sequer q eu fique sem acessar! Alem, desses tremendos professores, experts que sao gente como a gente, a forma interativa pelo chat ou depois pelos grupos criados A Gente vê que é Vida Real, agradeço a todos e um super obrigada por entrarem em nossas vidas e fazer toda a Diferença!
Sensacional entrvista, e Nanda..Sucesso é isso: Aprender com quem sabe e sempre mais….bjao
Oi Van, que mensagem legal. Legal por você ter gostado do texto e de conhecer mais a história da Nanda. Legal por nos contar que a eduK é parte importante na sua vida. Legal por você perceber que é vida real (adorei!!). Legal por aprender junto com a gente! Obrigada.
Delicia ler comentários assim!!!!! Com empenho e força de vontade chegamos longe!!!! Sucesso pra vc! = )
Não faço exclusivamente sapatinhos e não sei se irei faze-lo mas conhecer a Eduk mudou minha vida. Sempre fiz artesanato mas depois que fui demitida de um emprego de 26 anos resolvi que iria trabalhar com isso e ser feliz. Adoro a Nanda essa pessoa sempre de bem com a vida, sempre disposta a compartilhar seu conhecimento e de coração aberto. Tenho todos seus cursos mas só faço um tipo de sapatinho kkkkkkkkkkk a pantufinha. Estou vivendo um momento onde preciso escolher o foco e os sapatinhos está entre as alternativas mas independente de qual caminho tomarei a Nanda, a Eduk e outras autoras como a Lacerda, a Serelepe, a Juliana e outras empre estarão em meu coração. E é claro o Helvinho também. Eduk sucesso é aprender sempre, este tornou-se meu slogan também kkkkkkkkkk
Oi Denise, adorei a sua mensagem! É realmente muito importante definir o foco de seu trabalho. Tenho certeza de que você vai escolher o caminho certo. Ainda mais inspirada em tantos autores queridos como os nossos aqui da eduK! Muito sucesso para você!
Que legal ler isso!!! Fico muito feliz em saber que os sapatinhos fazem a diferença na sua vida!!! Não desista e siga sempre em frente!! = )